segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

O Papel Potencial dos Técnicos de Desporto nos Lares e Centros de Dia

Na época natalícia, mandam os bons costumes que se dê uma atenção especial à Família. Cumprindo esta tradição visitei um dos meus familiares que se encontra num lar para idosos aqui da região.
Para além de rever aquele velho Ancião e de constatar as condições muito interessantes proporcionadas pelo estabelecimento, dediquei, por deformação profissional, especial atenção à observação das limitações motoras dos utentes. Constatei que a esmagadora maioria dos mesmos apresentava um nível de limitação muito elevado, estando a esmagadora maioria dependentes para a realização de tarefas quotidianas, tais como andar com autonomia.

Esta observação levou-me a formular uma questão:
-Qual o papel que os técnicos de exercício e saúde podem desempenhar nestas instituições?

Penso, embora esta não seja a minha área de especialização, que o papel destes técnicos pode ser extremamente relevante. Talvez seja uma boa ideia as Universidades de Desporto começarem reunir informação e a desenvolver estudos que identifiquem:
-Quais as melhores práticas para estas populações?
-Quais os benefícios e as conta-indicações que o exercício pode ter nestas populações?
-Que equipamentos e que recursos são os mais indicados para estas instituições?
-Até onde deve ir a intervenção dos técnicos de desporto e onde deve começar a intervenção dos técnicos de fisioterapia nestas populações?
-Etc...
Estou convencido que, se as contas fossem bem feitas, poder-se-ia chegar à conclusão de que era rentável para as instituições de apoio às idades avançadas contratar técnicos de Exercício e Saúde/Desporto. As mais-valias poderiam ocorre a vários níveis, tais como:
-Aumento da longevidade e consequentemente "manutenção do cliente por mais tempo";
-Melhoria da autonomia na realização das tarefas diárias (andar, ir à casa de banho, levantar, sentar, etc) e consequentemente diminuição dos recursos humanos afectos ao apoio a estas actividades;
-Melhoria da auto-estima e da confiança dos utentes;
-Melhoria da relação entre os utentes;
-Benefícios em termos de imagem da instituição junto dos familiares dos utentes e da comunidade em geral;
-Etc...

É certo que milagres não existem, mas uma pequena melhoria em cada pessoa pode representar uma grande melhoria para a instituição.

Fica a ideia!
Abraço a todos e mantenham-se activos!

2 comentários:

André Campos disse...

Amigo Rui,
Há no que escreveste (e escreves; e, do que te conheço, no que falas também) uma, por assim dizer, "simplicidade prático-positiva" que eu muito admiro - essencialmente, porque é coisa que me falta. O sentido prático e generoso da ideia está fora de questão - refiro-me antes à sua "bondade" e à "fé nos homens" que parece caracterizar-te. É uma energia positiva. Há que explorá-la.
Saudações!

Rui Lourenço disse...

Por vezes tenho medo que aquilo a que chamas de "simplicidade prático-positiva" não passe de ingenuidade! Mas como gosto, de facto, de ser optimista, obrigo-me a acreditar que é mesmo "energia positiva"!
Ainda não encontrei foi grandes formas de explorar "rentavelmente" esta energia!
Mas quanto a isso, resta-me a paciência!
Grande Abraço!