domingo, 27 de junho de 2010

Smart Offside, Uma idéia!

Acabo de ver o México ser prejudicado por um erro clamoroso do Arbitro Auxiliar. E então achei que era o momento de partilhar com o Mundo uma das minhas teorias: O Smart Offside! Um modesto contributo que no mínimo irá revolucionar o Mundo do Futebol!!!

Qualquer pessoa que tenha umas luzes acerca do funcionamento da visão humana sabe que os humanos não têm capacidade de focalizar a visão simultâneamente em dois pontos.
Os Árbitros Auxiliares são actualmente obrigados a ter capacidades sobre-humanas:
-Por um lado têm que estar a olhar para o alinhamento dos jogadores e
-Simultâneamente para o momento em que é feito o passe.
É urgente por à disposição dos Árbitros Auxiliares uma ferramenta que permita contornar esta limitação. Eu proponho o Smart Offside.

A ideia é simples!
O Árbitro Auxiliar passaria a ter que se focalizar apenas no alinhamento dos jogadores, ficando o momento do passe sob vigilância de um Sinalizador de Passes.
A bandeirola do Árbitro Auxiliar teria um botão que este pressionaria sempre que existissem jogadores em posição de offside.
O Sinalizador de Passes, seria um elemento da equipa de arbitragem que se posicionaria numa posição mais elevada em relação ao relvado, e que numa consola ia accionando um botão de cada vez que houvesse um passe.
Quando o Sinalizador de Passes preciosa-se o botão da consola e o Arbitro Auxiliar estivesse a carregar simultâneamente no botão da bandeirola seria fora de jogo.

Naturalmente que o sistema não poderá ser assim tão simples, a ideia tem que ser desenvolvida. Uma das coisas que me parece necessária é a colocação de um botão de segurança na consola do Sinalizador de Passes que estaria sempre pressionado. Este botão de segurança seria solto apenas quando o passe fosse feito para a zona do fora de jogo, sendo o fora de jogo só sinalizado quando o botão de segurança estivesse solto.

Fica a ideia! Os senhores da FIFA como leitores assíduos deste blog, certamente que vão dedicar a atenção que ela merece!

4 comentários:

André Campos disse...

Rui, excelente ideia! Simples e funcional. E o nome em inglês até lhe confere um certo profissionalismo.
Mas não a subscrevo, lamento dizer. Sou fundamentalista. Não concebo o futebol sem a paixão do erro humano, essa variável impossível de prever e que é tão determinante no curso de uma partida ou competição. Sem ela, o jogo não seria o mesmo. Aliás, mesmo perante erros tão incompreensíveis como o do golo não validado ao Lampard (isto quer dizer que "compreendo" o erro no fora-de-jogo do Tévez), não estou de acordo com a introdução de novas tecnologias, mesmo sendo tão simples e úteis como a que tu propões.
Para lá da questão financeira (quem pagaria instalação, manutenção, mão-de-obra?, os clubes, a fifia ou a uefa, as ligas?, etc.) e da incontornável e inevitável falência técnica dos equipamentos electrónicos (todos os dias sentimos isso na pele), não podemos esquecer que, no extremo, os meios tecnológicos poderiam muito bem dispensar os árbitros. Assim se desejasse, e câmaras e sensores tomariam sem problema o seu lugar.
A ênfase dada aos erros de arbitragem tem por base, entre outras coisas piores, a utopia da Justiça. E talvez não exista nas sociedades e nos jogos humanos utopia maior que essa.

Anónimo disse...

A ideia parece-me boa! O Platini ainda não disse nada? Eu concordo com que os erros humanos no futebol trazem alguma paixão, mas podemos evoluir para ficarem apenas os erros dos jogadores...

Rui Lourenço disse...

O Platini comentou e disse: "A França, nem com a ajuda dos Árbitros lá chega, por isso se calhar até é uma boa ideia!"

É um facto que o Futebol tal como está tem evoluído de forma fantástica, independentemente da frequência dos erros dos árbitros e até dos dirigentes!
No entanto penso que neste caso é importante distinguir entre um erro e uma impossibilidade funcional de avaliar.
No fora de jogo, tal como está, o Árbitro Auxiliar não erra porque avalia mal, mas antes porque não tem forma de avaliar. Era a mesma coisa que dizer que em caso de dúvida atira-se moeda ao ar,sendo que a moeda neste caso está viciada por todas as influencias, intencionais ou não, a que o Árbitro Auxiliar está sujeito (todos sabemos que é mais fácil marcar fora de jogo a um jogador de Portugal do que do Brasil!).

André Campos disse...

Mas penso que é precisamente prevendo essa impossibilidade funcional que se definiu (ao contrário da filosofia que imperou nos anos 80 e 90) que, em caso de dúvida, se beneficie o ataque. O golo de Espanha, por exemplo. O Maradona não tem dúvidas, mas eu já vi o lance mil vezes (e sou português) e continuo com dúvidas. É nestas controvérsias que o futebol (por mais "moderno" que fique, por mais pesetero que seja, por mais espectáculo televisivo - por oposição a espectáculo ao vivo - seja) mantém uma imprevisibilidade e emoção ancestrais. Saudavelmente ancestrais.
O Platini, nesta altura, deve querer que lhe falem em tudo - menos em futebol...!