Em tempos, neste espaço, defendi numa perspectiva optimista que a participação portuguesa nos Jogos Olímpicos de Pequim não foi tão má como a pintaram. No entanto uma medalha por cada 5 milhões de habitantes, não é nada de extraordinário!
Nessa mensagem, comprometi-me a aventar algumas ideias para melhorar este rácio! Aqui vai:
Foi durante o corrente ano implementado, entre o Comité Olímpico Português e o Instituto de Desporto de Portugal, um contrato programa tendo como objectivo a "Preparação Olímpica: Londres 2012 - Jogos Olímpicos 2016". Este programa prevê um orçamento total de 14.600.000,00€ que se destinam essencialmente a "apoiar a preparação dos atletas ou selecções que revelem potencialidades e/ou expectativas de se qualificarem para os Jogos Olímpicos, e aí obtenham resultados de mérito, incluindo classificações de pódio".
Não coloco em causa a validade e a necessidade deste programa, no entanto sou da opinião de que os resultados por ele obtidos serão pouco significativos. Isto porque este programa representa uma espécie de oásis no deserto! E o Problema não está no Oásis, mas sim no Deserto!
É certo que (no Oásis) os participantes nos jogos devem ter o máximo apoio possível, para que também os resultados sejam os melhores possíveis. No entanto esta é a parte final de uma verdadeira politica desportiva de sucesso. Antes disso é necessário generalizar a prática desportiva (o Deserto), só assim se conseguirá uma base de recrutamento potenciada ao máximo. Se apostarmos num número limitado de praticantes, a probabilidade de esses serem os melhores é muito reduzida.
Em vez de um cilindro, o cenário desportivo nacional deveria poder ser representado por uma pirâmide, onde na base está a quase totalidade da população e o topo os praticantes de elite, ou seja aqueles que devem ser apoiados pelo referido programa. Nos patamares intermédios estariam os praticantes que lutam afincadamente para um dia poder chegar ao topo e que poderiam a qualquer momento substituir ou ultrapassar os desportistas de elite, melhorando assim a competitividade do sistema.
Para generalizar esta prática desportiva muito trabalho há a fazer (e também um bom investimento), no entanto uma boa parte do trabalho está já feita: existem recursos humanos qualificados disponíveis e em termos de instalações desportivas o país está também já bem dotado.
Relativamente aos recursos humanos, referia-me aos técnicos de desporto, actualmente em claro excedente, muitos dos quais no desemprego. Estes poderiam ser canalizados para uma política desportiva para todos. O mais complicado, a formação de base, já está feita!
Relativamente às instalações, há que reorganizar o lógica de funcionamento, de modo a melhorar as taxas de ocupação. Que em muitos casos são ridículas, normalmente devido a uma sobrecarga em determinados momentos e a uma inutilização noutros.
Em conclusão, basta pegar nestes recursos (humanos e instalações) e organizá-los! Criar as dinâmicas, as motivações e as sinergias que permitam cativar a população para o desporto, potenciar os recursos que já temos, investir no que falta fazer e colher no futuro (necessariamente longo prazo!) os frutos, ou melhor as medalhas!
Uma medalha por cada milhão de habitantes talvez seja um bom objectivo!
Pode parecer o contrário, mas o trabalho a fazer é duro, fica o desafio!
Nessa mensagem, comprometi-me a aventar algumas ideias para melhorar este rácio! Aqui vai:
Foi durante o corrente ano implementado, entre o Comité Olímpico Português e o Instituto de Desporto de Portugal, um contrato programa tendo como objectivo a "Preparação Olímpica: Londres 2012 - Jogos Olímpicos 2016". Este programa prevê um orçamento total de 14.600.000,00€ que se destinam essencialmente a "apoiar a preparação dos atletas ou selecções que revelem potencialidades e/ou expectativas de se qualificarem para os Jogos Olímpicos, e aí obtenham resultados de mérito, incluindo classificações de pódio".
Não coloco em causa a validade e a necessidade deste programa, no entanto sou da opinião de que os resultados por ele obtidos serão pouco significativos. Isto porque este programa representa uma espécie de oásis no deserto! E o Problema não está no Oásis, mas sim no Deserto!
É certo que (no Oásis) os participantes nos jogos devem ter o máximo apoio possível, para que também os resultados sejam os melhores possíveis. No entanto esta é a parte final de uma verdadeira politica desportiva de sucesso. Antes disso é necessário generalizar a prática desportiva (o Deserto), só assim se conseguirá uma base de recrutamento potenciada ao máximo. Se apostarmos num número limitado de praticantes, a probabilidade de esses serem os melhores é muito reduzida.
Em vez de um cilindro, o cenário desportivo nacional deveria poder ser representado por uma pirâmide, onde na base está a quase totalidade da população e o topo os praticantes de elite, ou seja aqueles que devem ser apoiados pelo referido programa. Nos patamares intermédios estariam os praticantes que lutam afincadamente para um dia poder chegar ao topo e que poderiam a qualquer momento substituir ou ultrapassar os desportistas de elite, melhorando assim a competitividade do sistema.
Para generalizar esta prática desportiva muito trabalho há a fazer (e também um bom investimento), no entanto uma boa parte do trabalho está já feita: existem recursos humanos qualificados disponíveis e em termos de instalações desportivas o país está também já bem dotado.
Relativamente aos recursos humanos, referia-me aos técnicos de desporto, actualmente em claro excedente, muitos dos quais no desemprego. Estes poderiam ser canalizados para uma política desportiva para todos. O mais complicado, a formação de base, já está feita!
Relativamente às instalações, há que reorganizar o lógica de funcionamento, de modo a melhorar as taxas de ocupação. Que em muitos casos são ridículas, normalmente devido a uma sobrecarga em determinados momentos e a uma inutilização noutros.
Em conclusão, basta pegar nestes recursos (humanos e instalações) e organizá-los! Criar as dinâmicas, as motivações e as sinergias que permitam cativar a população para o desporto, potenciar os recursos que já temos, investir no que falta fazer e colher no futuro (necessariamente longo prazo!) os frutos, ou melhor as medalhas!
Uma medalha por cada milhão de habitantes talvez seja um bom objectivo!
Pode parecer o contrário, mas o trabalho a fazer é duro, fica o desafio!